Quando se trata de investimentos, a diversificação é uma estratégia que vale a pena ser adotada, independentemente de ser um investidor novato ou experiente. Ela proporciona estabilidade e proteção financeira, ajustando-se às diferentes fases da jornada de investimento.
Para os iniciantes, a diversificação funciona como uma proteção, pois esses investidores ainda não sabem exatamente onde investir seu dinheiro. Ao alocar recursos em várias classes de ativos, a exposição a riscos específicos é reduzida, criando uma base robusta para o crescimento e proporcionando confiança no início da jornada.
Para os investidores mais experientes, a diversificação aprimora o portfólio. Ao combinar ativos de maneira equilibrada, ela suaviza a volatilidade, permitindo que os ganhos se acumulem de forma mais consistente.
A diversificação nos investimentos é uma estratégia financeira que envolve a alocação de recursos em diferentes ativos financeiros com o objetivo de reduzir o risco global da carteira de investimentos. O princípio por trás da diversificação é simples, "não colocar todos os ovos na mesma cesta".
Ao distribuir os investimentos em várias áreas, o investidor pode reduzir o impacto negativo de um mau desempenho em um único ativo. Mas para isso tem regra, tem jeito certo de ser feito.
O ideal para uma boa diversificação da carteira de investimentos é que os ativos estejam distribuídos entre classes, setores, geografia e horizontes diferentes.
Classes de ativos são grupos de ativos financeiros que são agrupados por terem características comuns.
As classes de ativos representam os diferentes tipos de ativos em que os investidores podem alocar seu capital, como por exemplo ações, títulos (Bonds), fundos imobiliários e imóveis (Real Estate), ou fundos de investimento, commodities, investimentos em renda fixa, dentre outros.
Uma combinação de ativos de diferentes classes pode reduzir a exposição da carteira à volatilidade (oscilações) do mercado. A distribuição por classe de ativos na carteira depende dos objetivos do investidor e do horizonte de investimento, do perfil e sua tolerância ao risco.
Com relação ao horizonte de investimento, se o objetivo é fazer render o dinheiro em decorrência de uma viagem que vai ocorrer no curto prazo, o investidor não pode correr risco e por isso os investimentos devem ser concentrados em renda fixa com rendimento diário, com a utilização de títulos públicos e privados.
Com relação ao perfil e tolerância ao risco, investidores mais conservadores tendem a evitar operações de risco e por isso optam por concentrar ativos de renda fixa. No caso de investidores mais arrojados e com horizonte de investimento de longo prazo, as classes de ativos mais indicadas são de renda variável, onde deve haver maior concentração dos investimentos.
A diversificação também é importante dentro de cada classes de ativos.
Para quem investe em renda fixa é importante considerar títulos públicos e privados na carteira de investimento. Concentrar toda renda fixa em títulos públicos não elimina o risco do governo, como ocorrido em Detroit, cidade que entrou em concordata em 2013 por não conseguir arcar com uma dívida de US$ 18,5 bilhões, afetando cerca de 100 mil credores.
Da mesma forma, quem investe em renda variável também deve diversificar entre ações, moedas, fundos de investimento e fundos imobiliários para reduzir o risco da carteira.
A Bolsa de Valores separa as empresas listadas por setor, subsetor e segmento para que o investidor possa comparar empresas com características homogêneas em seus setores de atuação e avaliar os efeitos externos (estímulos ou crises) nestes setores.
Quando investimos em um determinado segmento podemos ficar expostos ao riscos deste segmento. Distribuir investimentos em diferentes setores da economia, como tecnologia, saúde, energia, finanças, etc., ajuda a evitar a exposição excessiva a flutuações em um único setor.
Todos os setores do mercado financeiro estão sujeitos a sofrer com a falta de diversificação. O problema ocorre quando concentramos os investimentos em um determinado segmento.
Por exemplo, se você investir apenas em ações de empresas de aviação e o setor passar por um momento de crise, como a causada pela Covid que afetou especialmente viagens e turismo, sua carteira de investimentos fica mais exposta aos riscos.
Caso seus investimentos estivessem diversificados em empresas de outros segmentos, uma crise no setor de aviação não afetaria toda a sua carteira e por isso sua carteira não teria grandes perdas.
A bolha da internet, ocorrida durante o ano de 2000, foi um exemplo deste tipo de risco pois muitos investidores estavam concentrados em "empresas pontocom".
Por exemplo, se por motivos fitossanitários (relacionados à saúde) a Europa e a China deixarem de comprar produtos agropecuários brasileiros, todo o setor que vende este tipo de produto vai sofrer de forma semelhante com queda nas vendas. Desta forma, investir em empresas de diferentes setores é fundamental para reduzir os riscos não-sistemáticos que acompanham cada setor da economia.
A estratégia de diversificação geográfica refere-se à estratégia de alocar recursos financeiros em diferentes regiões geográficas do mundo. Essas regiões podem incluir países, continentes ou áreas econômicas distintas. Investir em ativos localizados em diferentes regiões geográficas pode ajudar a reduzir o risco associado a eventos específicos em uma determinada região global.
Investir em um único país pode ser arriscado caso o país atravesse um longo período de crise. Por exemplo, manter carteiras de investimento concentradas em ativos brasileiros deixa o investidor exposto ao "risco Brasil". E por isso, a diversificação geográfica ajuda reduzir o risco sistêmico do país em que o investidor concentra seus investimentos.
Para implementar a estratégia de diversificação geográfica, os investidores podem utilizar fundos de investimento globais, ETFs (Exchange-Traded Funds) com exposição internacional, ou investir diretamente em ações ou títulos de diferentes regiões.
Uma opção diversificação geográfica é investir nos Estados Unidos. Desta forma, para se proteger da volatilidade e dos riscos de investir no Brasil, o investidor pode diversificar os investimentos investindo na Bovespa e em ativos que sigam indicadores do mercado externo, como o ETF IVVB11 que reflete o desempenho do S&P500 (as 500 maiores empresas americanas de capital aberto).
Por ser um mercado maduro, os Estados Unidos oferecem grandes oportunidades em diversas classes de investimentos.
Para ter efeito de proteção de riscos, a diversificação geográfica deve ocorrer preferencialmente por meio de investimento em países com moedas fortes. Esses investimentos podem ser feitos através de stocks (ações no exterior), REITs (Real Estate Investment Trusts) e BDRs (Brazilian Depositary Receipts) ou moedas, porém há formas corretas de fazer essa diversificação.
Além da diversificação por classe de ativos, por setores e por regiões geográficas distintas, também pode ser considerada a diversificação de prazos. Investir em ativos com diferentes prazos de vencimento, como as operações de swing trade (com prazo menor) ou o investimento em títulos de longo prazo, pode ajudar a equilibrar a liquidez e o potencial de retorno.
Esses são conceitos importantes, mas que nem todos os investidores têm conhecimento.
Esse é o primeiro passo para fazer uma diversificação adequada. O segundo passo é justamente fazer determinar os pesos de cada ativo na carteira, ou seja, fazer a distribuição de ativos da maneira adequada. Por exemplo, se o investidor é mais conservador ele deve concentrar mais ativos de baixo risco do que ativos de renda variável. E para isso ele precisa determinar o percentual que deve ser investido em cada ativo.
Existem várias maneiras de fazer isso. Dentre as metodologias indicadas para esta etapa estão a utilização da Teoria de Portfólios de Harry Markowitz e o Modelo de Yale, dentre outras.
Então ao fazer seus investimentos, considere fazer uma diversificação adequada que te proteja dos riscos e que garanta maiores retornos.
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