A maioria das pessoas não consegue poupar dinheiro e provavelmente isso também acontece com você. Mas você já se perguntou o porquê disso acontecer?
Geralmente colocamos a culpa em algo que está fora do nosso controle. A justificativa mais comum para não pouparmos é porque "não ganhamos o suficiente” e por isso gastamos todo dinheiro que recebemos.
Essa justificativa, na verdade, não está correta pois a capacidade de poupança depende principalmente dos gastos, e não dos rendimentos.
Em muitos países a poupança está mais relacionada com aspectos culturais do que com a riqueza do país. O Equador, por exemplo, tem renda per capita inferior à do Brasil, com a taxa de poupança de girando em torno de 25% a 30% do PIB (enquanto a do Brasil gira em torno de 15% a 20%). E durante muito tempo a Bolívia manteve esse mesmo padrão, antes de ser afetada por uma recente crise.
Se a poupança dependesse exclusivamente de quanto as pessoas ganham, os países com renda per capita inferior à do Brasil deveriam ter poupança menor, mas isso não ocorre de fato.
Na realidade, nós somos criados para gastar dinheiro, e não para poupar ou investir. Isso pode ser explicado pela neurociência.
Além do estilo de vida, questões relacionadas à psicologia e a economia comportamental explicam nossa compulsão pelo consumo. E isso está relacionado com nossa evolução da pré-história até os dias atuais.
Na pré-história, quando ainda dependíamos da caça, a sobrevivência era incerta. Não havia garantia que conseguiríamos caçar nos dias seguintes. Então tínhamos que aproveitar o máximo da caça daquele dia e armazenar o máximo de energia que pudéssemos.
E o nosso cérebro evoluiu assim até os dias atuais.
Em função dessa evolução, nossos instintos de recompensa imediata entendem que precisamos satisfazer nossas necessidades imediatas, “hoje”, e desta forma consumir e armazenar o que pudermos em função das incertezas no futuro.
Nosso cérebro não foi programado para pensar no "amanhã". Nossa grande dificuldade é que a poupança é justamente deixar de consumir hoje para consumir algo melhor no futuro.
Então entramos em conflito e, inconscientemente, tomamos decisões influenciadas por nossas emoções e instintos, o que é potencialmente perigoso.
O problema de tomar decisões financeiras por impulso é que nossas necessidades são ilimitadas, mas nossos recursos não, eles são escassos. Nós queremos um celular novo, uma roupa nova, um carro novo, sair como amigos, jantar e fazer muitas outras coisas que não cabem no nosso salário, na nossa renda.
Queremos quase tudo que nos é oferecido (e o marketing tem grande influência nisso). Então se não houver planejamento e disciplina vai ser muito difícil que sobre algum dinheiro, seja para poupar ou investir pensando no futuro.
Quando adequamos nosso estilo de vida aos nossos rendimentos, gastamos menos dos que recebemos e assim conseguimos poupar. E essa é uma das chaves para o sucesso nos investimentos. Na verdade é uma mudança de comportamento e também da maneira de pensar.
Controlar as emoções é uma tarefa difícil, mas não é impossível realizada! Se quisermos construir um futuro melhor precisamos aprender lidar com nossas emoções, com nossa racionalidade limitada e com os vieses comportamentais. É uma questão mais relacionada a uma mudança de comportamento, de atitude e de conscientização.
Algumas pequenas mudanças podem fazer uma grande diferença no nosso futuro financeiro. E a primeira mudança que devemos fazer é com relação aos nossos rendimentos (salários, mesada, aluguéis ou rendas diversas).
Normalmente, assim que recebemos o salário, pagamos nossas despesas e, com o restante do dinheiro, passamos o mês gastando com entretenimento e consumo pessoal. Se depois disso tudo sobrar algum dinheiro, pensamos em poupar.
Esse hábito segue a lógica da maioria das pessoas (Rendimento - Despesas = Poupança).
O problema é que quando sobra algum dinheiro, geralmente nos presenteamos com pequenos prazeres cotidianos, e isso é muito difícil de evitar. Se quisermos poupar e fazer nosso dinheiro trabalhar por nós, devemos fazer uma pequena mudança na ordem dessa equação.
Assim que recebemos nossos rendimentos devemos separar imediatamente o dinheiro para o futuro (poupança ou investimento) e só depois pagar as despesas atuais. Se depois disso eventualmente sobrar dinheiro, podemos pensar em gastar com entretenimento ou assumir novos compromissos financeiros.
Se faltar dinheiro ou caso as despesas atuais sejam muito grandes, possivelmente teremos que ajustar nosso estilo de vida atual para poder viver melhor no futuro. Se mudarmos a ordem da equação, garantiremos o dinheiro para o investimento e um futuro melhor (Rendimento - Poupança = Despesas).
É uma inversão de prioridades que vai fazer toda diferença na geração de riqueza e na construção de patrimônio.
Existem várias outras medidas que vão te ajudar a poupar e gastar menos dinheiro. O que importa agora é ter uma mudança de atitude buscando um futuro melhor.
Mudar não é fácil e exige esforço, ainda mais quando nosso cérebro se desenvolveu de uma forma contrária ao que deveríamos seguir. Para conseguir mudar é preciso conhecimento em educação financeira e economia comportamental, muita disciplina e dedicação.
No Brasil não temos educação financeira no currículo escolar, então o conhecimento fica muito limitado aos que se interessam pelo tema e buscam aprender por fontes alternativas. Além disso, por envolver matemática, números e cálculos, a educação financeira já sofre rejeição natural.
Felizmente hoje tem muito conteúdo e conhecimento sendo divulgado gratuitamente no Youtube e em redes sociais, o que ajuda a reduzir esse problema.
Acredite, vale a pena esse esforço para garantir uma vida melhor no futuro.
Mas lembre-se, além de poupar também é importante gastar melhor e saber como investir adequadamente. Então repense seus hábitos, busque por conhecimento e tenha um futuro melhor.
Agora que a gente já falou discutiu um pouco sobre a mentalidade para ganhar dinheiro no mercado financeiro, a gente precisa dar os primeiros passos sobre investimentos. E a primeira pergunta é: Como fazer seu dinheiro render mais?
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