O que eu preciso saber antes de investir?

A escolha do melhor investimento depende de vários fatores. O que devemos saber antes de comprar uma ação?

Por onde começar?

A pergunta mais frequente no mundo dos investimentos é “Onde é melhor investir neste momento?” ou variações dessa pergunta, como por exemplo “Qual ação devo comprar?”. Literalmente essa é a pergunta que vale R$ 1 milhão!

Seria muito bom que houvesse uma resposta simples para esta questão, mas não é bem assim. Até porque se o investidor não tiver um bom planejamento, ele não vai saber o que fazer com essa dica ou informação.

Para responder isso é preciso inicialmente saber qual o objetivo do investidor, seu perfil e em qual momento ele vai precisar do dinheiro, ou seja, o prazo do investimento. Afinal, um investimento com foco na geração de renda extra com o recebimento de dividendos é bem diferente de outro investimento para tentar encontrar a nova “Magazine Luiza”, uma ação que valorizou mais de 91.300% entre 2015 e 2020. 

E é justamente isto que precisamos entender antes de começar a investir na bolsa.

A definição dos objetivos

Ao definir um sonho ou um objetivo é importante quantificá-lo (em termos de valor) para avaliar se esse objetivo é possível de ser realizado, de ser atingido no prazo desejado.

Quando estabelecemos objetivos difíceis demais de serem alcançados, corremos o risco de sermos seduzidos por promessas irreais, improváveis de serem cumpridas, como promessas de retornos altos e de ganhos consistentes em operações arriscadas de trade, por exemplo.

Vamos supor que seu objetivo seja conseguir R$ 1 milhão em 6 meses, partindo do zero. Por ser algo difícil de ser alcançado nestas condições e no prazo estabelecido, você provavelmente estaria mais suscetível a ser seduzido pelo chamado "canto da sereia", que são promessas de dinheiro rápido como pirâmides financeiras, armadilhas do mercado financeiro ou negócios fraudulentos.

E o que não falta são "vendedores de sonhos" no mercado financeiro que vão te fazer promessas de ficar milionário no curto prazo.

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Por influência desses “vendedores de sonhos” e suas “promessas irresistíveis”, muitos se deixam levar pela ganância e pelo sonho de “ficar rico” rapidamente, se aventurando em operações de alto risco (como o trade) ou operações alavancadas (como opções).

O problema é que quando uma operação gera prejuízos e o investidor tentar recuperar o dinheiro de volta, geralmente “dobrando a aposta” e assumindo riscos ainda maiores, o que potencializa a perda.

Dá para imaginar que o resultado geralmente não é dos melhores. Para objetivos de curto prazo a melhor estratégia é optar por investimentos mais seguros.

É importante lembrar que temos que aprender a lidar com nossa ganância e ambição. Se não houver estratégiacontrole emocional por parte do investidor, ele perderá todo o seu dinheiro em pouco tempo.

Então, antes de mais nada, o investidor deve ter um conhecimento mínimo para não cair em golpes e seguir uma estratégia estabelecida para o seu objetivo.

Após ter definido o objetivo, o próximo passo é identificar qual o perfil do investidor e sua tolerância ao risco e qual a técnica de investimento é mais adequada. Mas antes disso, é importante ter uma noção dos tipos de investimentos mais adequados em função dos prazos.

Investimento em função dos prazos

Para que um investimento seja bem sucedido, o objetivo do investidor tem que ser possível de ser atingido e estar em conformidade com o prazo definido para a utilização dos recursos, pois isso influenciará a preferência por uma alocação maior em ativos de renda fixa ou em renda variável.

Para investimentos ou objetivos de curto prazo, os ativos de renda fixa são frequentemente preferidos. Esses ativos oferecem maior estabilidade e previsibilidade de retornos. Isso ajuda e reduzir os riscos do investidor com as flutuações de curto prazo.

Este tipo de investimento geralmente está mais relacionado a criação de uma reserva de emergência ou o pagamento de uma dívida próxima. Então preferencialmente os recursos devem ser investidos em ativos com baixo risco que tenham liquidez diária e alta liquidez. São várias opções nesta categoria como os Títulos do Tesouro, CDBs, Fundos de Renda Fixa de curto prazo. 

Investimentos em renda variável, como ações, tendem a ser mais voláteis e imprevisíveis, especialmente no curto prazo. Se por um lado a renda variável envolve maiores riscos, por outro lado  ela pode proporcionar retornos mais atraentes, o que costuma atrair muitos investidores.

Os investimentos em renda variável podem ser feitos com foco no curto ou no longo prazo, porém a vantagem do investimento em longo prazo é que historicamente há uma tendência de valorização no preços dos ativos. 

Neste caso as ações ou fundos de ações podem ser opções interessantes, assim como Títulos de Longo Prazo ou Previdência Privada. Investidores mais experientes podem investir em ativos específicos segundo sua estratégia.

É lógico que o perfil do investidor e sua a tolerância ao risco vão determinar a concentração em um ou outro ativo. Mas é importante lembrar de uma coisa: os extremos são perigosos. Investidores conservadores demais não ficam ricos e os investidores arrojados demais correm o risco de perder tudo se não tiverem conhecimento do que estão fazendo.


A renda fixa é a maneira mais segura de investir, mas nem sempre é a mais lucrativa.” (Gustavo Cerbasi)

Perfil do investidor e tolerância ao risco

Os perfis dos investidores são classificações que ajudam a identificar o apetite ao risco e as preferências de investimento de uma pessoa. Os três perfis mais comuns são: conservador, moderado e arrojado.

Ainda que o investidor não saiba qual seu perfil existem formas de descobrir por meio da aplicação de questionários específicos para isso. 

Esses questionários levam em conta a idade, o gênero, estado civil, a escolaridade, o rendimento mensal, o conhecimento sobre o mercado, a maturidade como investidor e os prazos estabelecidos para atingir os objetivos, dentre outros fatores. E apesar de relevantes, esses questionários nem sempre funcionam adequadamente pois as respostas podem variar em função do momento que o questionário é respondido e das circunstâncias recentes pelo qual o investidor passou. 

Por exemplo, alguém que acabou de ver um grave acidente na rua provavelmente responderá um questionário sobre riscos de maneira mais conservadora, diferente de quem acabou de assistir uma palestra motivacional. Além disso a maneira como as questões são formuladas em um questionário pode induzir nossas respostas.

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Investidores conservadores geralmente têm aversão ao risco e buscam preservar seu capital, mesmo que isso signifique retornos mais baixos. O foco principal destes investidores é a preservação do capital e a proteção contra inflação. Por isso buscam ativos mais seguros, como  os ativos de renda fixa de baixo risco.

Investidores com perfil moderado estão dispostos a assumir um pouco mais de risco em busca de retornos superiores aos oferecidos em ativos renda fixa com baixo risco. Eles costumam diversificar sua carteira com investimentos em renda fixa e renda variável.

Investidores com perfil mais arrojado tendem a investir buscando retornos mais substanciais, ainda que essas operações sejam mais arriscadas. O foco dos investimentos está na renda variável como ações individuais com possibilidades de alto retorno ou mesmo fundos de ações.

Ainda que muitos destes investidores arrojados tenham como foco a acumulação de riqueza ao longo do tempo, não é incomum parte destes investidores buscarem resultados mais rápidos através de operações de trade.

Vale ressaltar que os perfis dos investidores não são fixos e podem mudar ao longo do tempo à medida que as circunstâncias financeiras e os objetivos de investimento também evoluam. Além disso, muitos investidores optam por uma abordagem de diversificação da carteira, combinando diferentes tipos de investimentos para equilibrar risco e retorno de acordo com suas metas específicas.

Outro ponto importante que precisamos entender antes de começar a investir é que dependendo do perfil, prazos e objetivos vamos adotar um estilo de vida e uma postura mais parecida com traders ou com investidores. E são bem diferentes, a começar pelas ferramentas de análise.

Investidores de longo prazo tendem a investir utilizando a análise fundamentalista para embasar suas decisões, enquanto investidores mais arrojados, especialmente aqueles que operam no day trade, utilizam como ferramenta a análise técnica, também conhecida como análise grafista.

É importante também que o investidor esteja confortável com a modalidade de investimento que ele pretende fazer. Dificilmente um trader com maior apetite ao risco, que opera day trade por exemplo, vai se sentir confortável com operações de longo prazo (e vice versa). Até porque as ferramentas utilizadas para cada modalidade de investimento são diferentes (análise técnica e análise fundamentalista), os prazos são diferentes e os objetivos são diferentes.

Por fim, é sempre recomendável que os investidores avaliem seu perfil de risco e consultem um profissional financeiro ou planejador financeiro para ajudar na construção de uma estratégia de investimento adequada às suas necessidades e objetivos. 

E ao definir seus objetivos, e conhecer seu perfil como investidor, invista em conhecimento, defina estratégias, comece a investir e garanta um futuro melhor!



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